segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Antes do Fujaco: A Reprodução e a Invenção

[Embankment#5]

1: A Reprodução Interdita (1937) de René Magritte


2: Capa escolhida para a tradução portuguesa da obra de Adolfo Bioy Casares. A Invenção de Morel, Edições Antígona (1984).

"Seria preciso dizer, talvez: Meios de alcance e meios de alcance e retenção. A telefonia, a televisão, o telefone, são exclusivamente, de alcance; o cinematógrafo, a fotografia, o fonógrafo — verdadeiros arquivos — são de alcance e retenção.

Todos os aparelhos de suprimir ausências são, pois, meios de alcance (antes de se ter a fotografia ou o disco, é preciso tirá-la, gravá-lo).

Seja como for, não é impossível que toda a ausência seja, em última análise, espacial...
Numa ou noutra parte hão-de estar, sem dúvida, a imagem, o contacto, a voz, dos que já não vivem (nada se perde...).

Fica assim insinuada a esperança que investigo e pela qual hei-de ir à cave do museu, para olhar as máquinas."

Cit. Casares, Adolfo Bioy. A Invenção de Morel, p.108

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Os três gravadores de William Burroughs como produtores de "simples virús da palavra."

Gravador 1: Adão ou acto do registo. Situação primitiva.

Gravador 2: Eva ou manipulação. Imediações. Imagens.

Gravador 3: Deus ou projecção, ou ainda, retransmissão. Palyback. "Realidade".

V.  A Revolução Electrónica, Edições Vega (1994)